Desconfio que seja uma loira de cabelos encaracolados, da magnífica série que só um artista de múltiplas expressões pode produzir.
* texto publicado originalmente na Revista Eletrônica O Guaruçá, em 19/11/2014
Um ponto de vista do cidadão comum.
Este é um espaço para opiniões.
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quinta-feira, 20 de novembro de 2014
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
Chegou a Ubatuba mais um chato, o Emboaba
Responde pelo nome de Antero Emboaba o mais novo chato de Ubatuba. Chegou há pouco de fora e já está causando. Aqui, nas páginas da nossa revista eletrônica, O Guaruçá, como explicitou em sua primeira postagem. “Um amigo deu o endereço de O Guaruçá como espaço que poderia acolher o meu recado”, escreveu.
Emboaba, todos sabem, é palavra de origem tupi, a língua geral. M´boaba, ou algo parecido, era como os indígenas designavam as aves que tinham penas ou penugens nas canelas e, mesmo, nos pés. Tivemos aqui, no pé do Funhanhado, onde ultimamente têm voado penas, algumas galinhas (que botavam ovos azuis) e um galo com esse perfil. Ora, os portugueses usavam botas de couro cru, com pelos, que os indígenas logo associaram às pernas emplumadas das aves.
De alguma forma, os bandeirantes paulistas se apropriaram do vocábulo e passaram a designar de emboabas (cabe a forma plural, pois não se trata de nenhum povo indígena) os forasteiros portugueses e nordestinos que com eles passaram a disputar as regiões auríferas de Minas Gerais. Virou guerra, a Guerra dos Emboabas, na qual os paulistas levaram uma coça, em 1708, e contabilizaram mais de 300 assassinados no Capão da Traição (entre as hoje cidades de São João Del-Rei, Tiradentes e Coronel Xavier Chaves), perto do rio das Mortes, quando já tinham se rendido. A Coroa Portuguesa tratou de intervir e regulamentou na região a exploração do ouro, de olho no farto imposto que poderia cobrar, o famoso quinto, não importava de quem. Os emboabas ficaram com a província aurífera de Minas Gerais e os bandeirantes foram para Goiás e Mato Grosso, onde também lavraram ouro.
De qualquer forma, os bandeirantes paulistas se apropriaram do vocábulo sem perceber que eles próprios eram emboabas (forasteiros) nas terras indígenas.
Aqui, em Ubatuba, temos caiçaras e emboabas e caraíbas, sejam os que nasceram aqui, os turistas, os migrantes, os aposentados, os aventureiros, os paraquedistas, os moradores de rua. Afinal, dizem “os donos do pudê”, Ubatuba é acolhedora por natureza. Alguns que aqui chegam (ou já moram, ou nasceram aqui) querem levar vantagem, no tradicional jeitinho brasileiro. Outros querem contribuir, no mínimo com sua criteriosa opinião, para melhorar a geleia geral em que Ubatuba se transformou. Os primeiros fazem questão de confundir o público com o privado, tentando (e muitas vezes conseguindo) se apropriar privadamente do que é público. Os outros, em geral, são chamados de chatos.
Seja, portanto, Emboaba Antero, bem-vindo à revista O Guaruçá, onde têm voz e expressão os chatos, mas também, de vez em quando, quando querem, ainda que meio envergonhados, os primeiros acima referidos. Trata-se de um espaço aberto, no qual o editor é de direita mas acolhe opiniões de centro e de esquerda. Um espaço democrático, enfim.
Uma observação
Emboaba, no sentido (de forasteiro) que deram à palavra os bandeirantes, não é a mesma coisa que caraíba, que era como os povos falantes da língua geral tupi-guarani se referiam não apenas aos europeus em geral, mas também aos indígenas falantes da língua gê, em remota referência ao grupo indígena caraíba, ou caribes, cuja ocupação territorial tinha início nas ilhas do Mar do Caribe e se estendeu para o sul do continente. Emboaba, assim, seria espécie de que caraíba seria gênero.
* texto publicado originalmente na Revista Eletrônica O Guaruçá, em 10/11/2014.
Ubatuba votou novamente no PSDB
Os eleitores de Ubatuba votaram maciçamente no PSDB, na eleição de domingo. Dos 62.527 inscritos (cinco a mais do que no primeiro turno), compareceram 46.589 (74,51%), o que significa elevado percentual de abstenção, 25,49, maior do que o nacional, que foi de 21,10.
Para presidente, Aécio Neves, do PSDB, teve aqui 67,79% dos votos válidos, contra 32,21% dados a Dilma, do PT. Aécio ficou com pouco mais de dois de cada três votos dos candidatos que não chegaram ao segundo turno, o que permite dizer que o tucano teve dois terços dos votos dos eleitores de Marina Silva. Em percentuais, segundo turno contra primeiro, Aécio 67,79 - 49,57 = 18,22, e Dilma 32,21 - 24,28 = 7,93.
Irmã votou novamente em Dilma
A cidade irmã de Ubatuba em Minas Gerais, Ladainha, votou novamente em Dilma, como tinha feito em 2010.
Um em cada três (34,50%) dos 12.207 eleitores inscritos em Ladainha (MG) não compareceu às urnas, abstenção muito maior que a média nacional. É possível que muitos deles tenham preenchido aqui o formulário de justificativa eleitoral.
Dilma teve lá 64,81% dos votos, e Aécio, 35,19%.
* texto originalmente publicado na Revista Eletrônica O Guaruçá, em 27/10/2014.
Ubatuba votou no PSDB
Rua Prof. Thomas Galhardo
Os eleitores de Ubatuba votaram maciçamente no PSDB, nas cinco eleições de domingo. Dos 62.522 inscritos, compareceram 47.147 (75,41%), o que significa elevado percentual de abstenção, 25,59, bem maior do que o nacional, que foi de 19,39.
Para presidente, Aécio Neves, do PSDB, teve aqui 49,57% dos votos válidos, contra 24,28% dados a Dilma, do PT, e 22,44% a Marina Silva. Todos os demais candidatos, somados, tiveram votação muito menor do que os votos em branco (3,81%) e os nulos (3,99%). Vale destacar a quarta colocada, Luciana Genro, do PSOL, que teve 524 votos, 1,21% do total.
Para governador, os votos de Ubatuba foram para Alckmin, do PSDB (70,15%), Padilha, do PT (16,67 %) e Skaf, do PMDB (11,34%).
Para senador, 69,63% dos eleitores de Ubatuba votaram em José Serra, do PSDB. Suplicy, do PT, teve 23,70%, e Kassab, do PSD, 3,68%.
Deputado federal
Para deputado federal, o mais votado foi do PSDB, Bruno Covas, que teve 3.025 votos, 7,73%. Colado, com 7,49%, Celso Russomano, do obscuro PRB. Samuel Moreira (forte no Litoral Sul), do PSDB, teve 6,47% dos votos daqui, algo surpreendente. Tiririca (PR) levou 5,05% dos votos de Ubatuba e Pedro Tuzino Leite, hoje no PTB (ex-PT, ex-PSDB), 4,78%. Ricardo Trípoli (PSDB) teve 4,19% dos votos, ainda que não se saiba qual, exatamente, o motivo. E o infeliciano ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, o pastor Marco Feliciano, do PSC, levou 3,62% dos votos de Ubatuba (1.417 votos).
Amélia Naomi teve 932 votos (2,38%) aqui, de um total de 77.831 votos em todo o Estado, ocupando, no momento (há votos sub-judice de candidatos impugnados que poderão alterar os quocientes eleitoral e partidário), a segunda suplência de seu partido, o PT. Amélia assinou com o candidato (candidatura impugnada) a deputado estadual Marco Aurélio o panfleto de propaganda eleitoral do PT “Compromisso com Ubatuba”.
Dos 504 candidatos a deputado federal que tiveram votos aqui, 57 tiveram mais de 100, e 447 entre um e dez votos.
Deputado estadual
Para deputado estadual, os mais votados também foram do PSDB, Antonio Carlos Júnior (7.013 votos, 18,6%) e Fernando Capez (3.068, 8,14%), seguidos por Gil Lancaster (1.628, 4,32%), do DEM (coligado com o PSDB) e Trípoli, do PV (1.346, 3,57%). Ana do Carmo foi a mais votada do PT, com 1.306 votos (3,46%).
Dos 594 candidatos que receberam ao menos um voto em Ubatuba, 42 tiveram mais de cem. Mas a soma de votos em branco e nulos foi de 10,03 + 9,99 = 20,02%, mais do que o candidato mais votado, que teve 18,60% dos votos válidos. Com mais de 100 votos houve 42 candidatos.
O cidadão ubatubense Marco Aurélio, do PT, cuja candidatura a deputado estadual foi impugnada e se encontra na lista do TSE “Indeferido/cassado com recurso” teve 44.617 em todo o Estado, mas ainda não é possível saber quantos, em Ubatuba.
Ubatuba tucana
Tucanos, as aves, são raros por aqui. Vê-se um ou outro nos morros, sobre as matas, mas raramente passeiam pelas áreas urbanas. Mas, pelo que restou confirmado nas eleições, há muitos tucanos por aqui, por convicção, conveniência ou falta de opção. Ubatuba sempre teve histórico de rejeição ao PT. A eleição de Maurício Moromizato a prefeito, em 2012, foi um espasmo, não por opção, mas pela falta dela. Se, em 2016, Moromizato conseguir se reeleger, o dilema estará novamente colocado, porque nenhuma nova liderança emergiu com força suficiente para ser alternativa viável, e as antigas dificilmente terão novamente espaço na política local.
Dados do TSE
Os dados desta matéria foram obtidos pelo programa “Divulga”, gratuito, que pode ser obtido no site do TSE, ou online.
* texto originalmente publicado na Revista Eletrônica O Guaruçá, em 06/10/2014.
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