quarta-feira, 22 de abril de 2015

Ubatuba não terá Calatrava nem Otake

E nem vídeo da Prochaska
Será inaugurado em Ubatuba, no próximo semestre, o Museu de Arte Moderna Ciccillo Matarazzo, cujas obras estão adiantadas. O Museu está sendo erguido com recursos provenientes da iniciativa privada e de estatais, através de doações e também mediante a utilização da Lei Rouanet (que permite às empresas e particulares deduzir parte a pagar do Imposto de Renda, deslocando o dinheiro para iniciativas culturais). Segundo Caribé, instituições financeiras, grandes empresas e estatais como, por exemplo, a Petrobras, fazem isso rotineiramente, beneficiando atividades culturais diversas mediante patrocínio (em parte subsidiado pela Lei Rouanet) e se beneficiando através da projeção publicitária de suas marcas.

O Museu está sendo erguido graças à atuação do vice-prefeito Sérgio Caribé Santos (PMDB), que se propôs a ser o condutor, no meio empresarial, da iniciativa para a instalação do museu, que também abrigará exposições de artistas locais.

O projeto arquitetônico do Museu, escolhido em concurso internacional, é de autoria de dois expoentes da arquitetura moderna, o espanhol Santiago Calatrava e o brasileiro Ruy Otake.

Ambos têm fixação por curvas, especialmente as das mulatas do imperador, e assinam um projeto juntos pela primeira vez. Tanto é assim que o Museu de Ubatuba já está sendo chamado de “Bundão”, por suas sinuosidades nadegosas, tão ao gosto de caribenhos e ubatubenses. O apelido segue a tendência revelada pelo “Tubão”, pelo “Elefantão Branco” e pelo “Smurfão”, respectivamente ginásio coberto, centro de convenções e centro do professorado-teatro.

Acreditou no que leu?
Ufa! Ainda bem que não. É só uma brincadeira irônica, com título provocativo. Esse monte de bobagens remete a um outro monte de bobagens, ditas pelos então candidatos a prefeito e a vice-prefeito, com direito a algo que garante coisa nenhuma, a gravação em vídeo da bobajada toda. Moromizato e Caribé participaram de um “Encontro de Candidatos” promovido por uma comissão que tinha a pretensão de propor políticas culturais para Ubatuba, o “Povo da Cultura”, da qual faziam parte o empresário que promoveu evento no centro do professorado-teatro antes que ele tivesse alvará do Corpo de Bombeiros, bem como a atual presidenta da Fundart, Cristina Prochaska.

Na época, escrevi um texto sobre a tentativa de obter o vídeo da “Comissão”. Mas, na verdade, foi revelado depois, Prochaska apropriou-se do vídeo e não me permitiu vê-lo. Na época, a “Comissão” disse que queria evitar “uso eleitoreiro”.

Um parêntese. Tratando-se de Prochaska, há um outro vídeo, que jamais chegou a ser gravado ou que, gravado, desapareceu completamente. Foi numa época em que se fazia muito televisão ao vivo, especialmente na transmissão de bailes de carnaval. Esse vídeo desaparecido confirmaria a versão do que ficou conhecido como “fecha na Prochaska”, um apelo desesperado do diretor de imagem ao cinegrafista que estava iniciando um zoom no monte de vênus de uma abusada foliã nua. E o cinegrafista acentuou o zoom, fechando no que achou que fosse a Prochaska, que na verdade era a narradora do evento. A frase ficou para a posteridade.

Pois não é que na terra das naniquices políticas, vem agora o ex-vice dizer que “alguém” gravou o discurso privado dele, anunciando sua ruptura com o prefeito Moromizato? Do que prometeram, Caribé e Moromizato, nada de importante foi feito. Agora desmancham-se em naniquices, escondem-se atrás de desculpas esfarrapadas e se preparam para nova safra de promessas vazias.

No entanto, é bom que lembrem que já tiveram sua chance, e a fila andou. Do discurso de visão ampla, à frente do tempo, registrado em vídeo que não foi divulgado, o que fizeram foram práticas nanicas e, mesmo, mesquinhas, nada deixando de importante como legado. Uma gestão que não fez a diferença. Nem fede nem cheira.

Resta saber quem será o próximo da fila.

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* texto originalmente publicado na revista eletrônica O Guaruçá, em 22/04/2015. 

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