quarta-feira, 17 de julho de 2013

Crise no Thamar Ubatuba por causa de Mamô


Ensaio phictício em ortographia muito amptiga exagerada

Tá bão, mas Thamar... Abriu-se crise na filial ubatubense do empreendimento philantrópico Thamar. É que os especialistas não se acertam quanto ao acolhimento, em seu mini-zoológico aquático, do Mamô, certamente um quelônio, mas não marinho. O problema é que se trata de uma tartaruga urbana, com traços genéticos italianos (quase com certeza da Calábria) e japoneses.

Ágeis nas águas, as tartarugas marinhas nem de longe são aparentadas com a tartaruga urbana mestiça de Ubatuba, o Mamô, que tem mais semelhanças com o jabuti, quelônio terrestre capaz de andar a incríveis 300 metros por hora. Essa é sua velocidade máxima. Mas raramente anda mais do que 50 metros em uma hora e faz, então, uma generosa pausa. Considerando a velocidade média, sem as pausas para descanso demoraria uns (40 m/h, 90 km) 94 dias para percorrer a orla de Ubatuba. Como dorme 10 horas por dia, senão mais, seriam necessários uns 190 dias para percorrer o trecho. O pior é que Mamô é meio cego, meio surdo, meio mudo e meio sem noção, além de não saber ler.

Há um problema a mais: Mamô já foi publicamente chamado de corrupto, e não deu qualquer resposta. Os Callichirus major da praia do Ubatumirim, chamados de vermes honestos do mar, protestaram de seus buracos, sem cair no modismo de sair em passeata, mas ostentando cartazes: "Não sou verme, sou crustáceo", "Sou corrupto com muita honra" e "Não chamem Mamô de corrupto, ele não é da família Callichirus".

Os especialistas do Thamar foram além e descobriram algo inusitado: Mamô é frequentemente flagrado de calças curtas, mesmo considerando que suas pernas, não é mentira, são curtíssimas. Na razão direta do encurtamento das calças, cresce o nariz de Mamô, adotado como bicho-símbolo nos boletins de um certo partido político local. Esse nariz encompridado anda na mira de um bacamarte, que já alvejou alguns bichos locais, incluindo um Phalacrocorax brasilianus.

Eita quelônio cumpricado esse Mamô, sô!


- texto originalmente publicado na revista eletrônica O Guaruçá, em 15/07/2013. 

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