foto Luiz Moura
Duas coisas me chamaram a atenção ao ficar, como faz o Luiz Moura, De olho em Ubatuba: primeiro, o formato do “Buraco do Resgate”. Bem redondinho, escuro, faltam-lhe, claro, as pregas, mas me lembra as latrinas rudimentares que às vezes encontramos na zona rural do interior caipira. O formato de agora é igualzinho ao registrado pelo Moura em setembro de 2005. Paliativos, parece, são a tônica para enfrentar os problemas da cidade, grandes e pequenos. A causa não vem ao "causo", trabalha-se só na consequência. Tapando buracos. Assis tinha um enorme buracão, uma erosão que acompanhava o traçado de um córrego, verdadeiro riozinho caudaloso quando das grandes chuvas. Até que alguém resolveu levar o problema a sério. Hoje chama-se "Parque do Buracão", abriga uma grande área de lazer, um Museu de Arte Primitiva, salas e salão para eventos e reuniões dos Conselhos Municipais e está perfeitamente integrado, urbanisticamente, à cidade. O córrego foi em parte canalizado e hoje, mesmo quando das grandes chuvas, não mais erode as laterais de seu leito.
Cito Assis porque conheço um pouco melhor o que se passa ali, mas há uma grande variedade de cidades, grandes e pequenas, onde os problemas, grandes e pequenos, são levados a sério por um ou outro - nem todos - governante municipal, geralmente não apequenado.
Mas as fotos do Moura, tanto a de 2005 como a de agora, mostram um outro problema: aparentemente, há rampa de acesso para cadeirantes, na esquina (imagem acima). Mas é só aparência. Qualquer um que já tenha estado em cadeira de rodas, ou empurrado uma cadeira de rodas, sabe que o degrau existente naquela rampa dificulta muito a acessibilidade. Sozinho, dificilmente o cadeirante conseguirá transpor o obstáculo. Precisará de ajuda, e não é essa a ideia da acessibilidade. Para tudo o que o deficiente físico possa fazer sozinho deve ser provida a possibilidade de fazê-lo sozinho. Do jeito que é a rampa, trata-se de mais uma obra para inglês ver.
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