quarta-feira, 23 de junho de 2010

Sou amigo da figueira e do saci

 
Faz um tempo chuvoso e deu uma boa esfriadinha. Fiquei uma semana inteirinha (e mais uns dias) de cama por causa de uma gripezinha comum qualquer. Na semana seguinte foi a vez da Marlene. Mas hoje, 4, mesmo ainda sem qualquer ânimo, precisarei rodar uns 12 quilômetros para ir ao centro da cidade, atender a chamado do Julinho, para manifestar minha amizade à figueira da rua Cunhambebe. De passagem, é bom lembrar, já sou amigo do Saci, não exatamente daquele que mora na árvore da rua Cunhambebe, mas me dou bem com todos eles. Cumprimento-os, aceno-lhes amistosamente, às vezes respondem, às vezes não, às vezes dão apenas grossa baforada no cachimbo que sempre lhes pende da boca. Tem um que vem aqui em casa.
Sou amigo da figueira porque, na verdade, sou amigo de qualquer árvore. Já plantei algumas, ao longo da vida, mas sinto-me permanentemente em débito: poderia ter plantado mais, e mais. Poderia também ter plantado menos: algumas que plantei não faziam parte do ecossistema, foram equivocadamente introduzidas onde não deveriam estar. É que esse tipo de consciência, mais apurada, só de uns anos para cá fui adquirindo.
Enquanto isso, as coisas acontecem, em Ubatuba e na região, e sinto-me sem pernas para acompanhar. Eta gripe forte e debilitante! Atrofia músculos e neurônios. Coisa muito chata.


- Texto originalmente publicado na revista eletrônica O Guaruça
 05/06/2010

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